“Popular” ou “Erudito”?
Por que aspas?
Há muito tempo considero esses nomes inadequados. Mas eles já estão em nosso vocabulário musical. Uma pena.
O termo “erudito” entrou em moda para substituir a palavra “clássico”, uma vez que nessa modalidade existem os períodos barroco, clássico, romântico e contemporâneo. Se fosse mantido o termo “piano clássico” poderia confundir com o “período clássico”. No entanto, o termo “erudito”, além de ser pretensioso, afasta as pessoas dessas músicas maravilhosas.
Pode parecer que a música destina-se apenas às pessoas cultas, acadêmicas, poliglotas ou muito ricas.
Na verdade, são músicas eternas de grandes gênios, como Bach, Mozart, Beethoven, Chopin, Tchaikovsky, Ravel, Debussy e outros, considerando todos os períodos. E feita para todos os públicos.
Considero o termo “popular” pejorativo, se comparado à denominação “erudito”. Na música “popular” existe um estudo bem complexo e maravilhoso chamado Harmonia Funcional Moderna. Por isso, esse tipo de música também merecia uma denominação mais adequada.
Alguns exemplos de compositores “populares” são Tom Jobim, Ivan Lins, Miltom Nascimento e tantos outros aqui no Brasil. Músicas internacionais interpretadas por cantores como Frank Sinatra e Tony Bennet também são “populares”, além de músicas do cinema e de outros países.
Músicas pop ⁄ rock também são consideradas “populares” ( Beatles, Elvis, Bee Gees, Elton John, etc.)
Afinal, qual a diferença?
No estudo da música “erudita” tocam-se os arranjos originais, nota por nota. Na maioria das vezes, a herança deixada por esses grandes compositores foram as partituras, e não as gravações. Ninguém na nossa época ouviu Chopin tocar. Não existia gravação no século XIX. E o grande desafio de um artista é interpretar o que esses gênios quiseram nos dizer com as suas obras. As notas são as mesmas, mas a interpretação de um bom pianista é bem diferente de outro grande pianista. Mudar o arranjo de um Noturno de Chopin ou de uma Sonata de Mozart é considerado algo de extremo mau gosto.
Na música “popular” é diferente. O arranjo é feito previamente pelo próprio intérprete pianista. Alem de ser permitida a improvisação. Se você escutar “Autumn Leaves” tocada por Bill Evans ou Oscar Peterson, provavelmente não será o mesmo arranjo.
O curso apresentado neste site é o de piano “popular”.